Fantasmas...

Era um trabalhador. Caíssem em chuva todas as nuvens do céu, ou queimasse o sol as flores dos vergeis, nada o afastava da rotina impassível do seu viver. À noite, voltava suado, mas alegre: cansado, mas satisfeito. A esposa esperava-o sempre com o café coado de fresco, morno, cheiroso, entrando pelas narinas, gostosamente...

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Depoimento Anatol

"Osman Lins é, entre os escritores brasileiros, sem dúvida um dos mais conscientes de seu ofício, como arte e profissão, como problema estético e moral. Mestre de muitos gêneros, revelou-se por ora de modo mais expressivo no campo da ficção narrativa. O volume de narrações, Nove, novena , satisfazendo e ultrapassando as expectativas suscitadas por romances anteriores, certamente se conta entre os melhores de 1960."
Anatol Rosenfeld, 1970

Depoimento

"Toda a ficção de Osman Lins desde O visitante com que estreou em 1955, e a que seguiram Os gestos, O fiel e a pedra, Nove, novena, Avalovara, A rainha dos cárceres da Grécia é uma obra de renovação… Cabe à crítica, porém, proclamar sem hesitação a importância dessa obra magistral: um dos pontos altos do romance brasileiro atual que se manterá por cima das pequenas disputas das rodas e dos modismos literários."
Nilo Scalzo, 1978

Depoimento

"É assim, pois, a arte de Oman Lins: composta de temas simples, lineares, tratados numa forma desataviada, porém, bela na sua singeleza e na sua cristalinidade, cheia de sugestões mais do que afirmações contundentes, uma arte sóbria, substancial e ecoante de ressonâncias duradouras."
Oscar Mendes, sobre Os Gestos

Depoimento

"A verdade é que Osman Lins, e já perfeitamente situado no moderno romance brasileiro, amplia sua penetração na área ficcional ao colocar-se de modo decisivo entre os contistas de sua geração. Nesse círculo, com todos os caminhos já percorridos – nessa oscilação que vai de Ricardo Ramos a Samuel Rawet- completa-se com Os gestos a linha intimista que faltava."
Adonias Filho

Depoimento Massud

“Osman Lins afasta-se por completo da craveira comum. Escreve limpo, terso correto, mas fluente, preciso, variado e original. Estilo que nasce de cerrado esforço e longa paciência, em momento algum a linha de pensamento falha, cede à circunstância, amolece ou afrouxa. Todas as minúcias da história são ditas com as palavras exatas, nem mais nem menos”.
Massaud Moisés

Depoimento jose

Sempre admirei no Osman Lins a extrema dignidade pessoal e seriedade com que encarava o papel do escritor, o ideal da escrita. Não eram visões puramente formais, mas ligadas a uma visão de mundo complexa, que ele foi aprofundando.
José Paulo Paes

Depoimento Modesto

“Avalovara é um romance que propõe e estimula uma leitura criativa. Nele o leitor pode desfrutar o prazer da descoberta ao se deixar surpreender pelo novo. Essa novidade abrange, simultaneamente, a matéria e a estrutura do livro. Isso quer dizer que aciona realidades estranhas à nossa rotina cotidiana numa forma narrativa que também é pouco usual.”
Modesto Carone

Antonio Candido

“O que desde logo prende em Avalovara é a poderosa coexistência da deliberação e da fantasia, do calculado e do imprevosto, tanto no plano quanto na execução de cada parte. Falando do relógio de Julius Heckethorn ( uma das linhas da narrativa), o Autor diz que obedecia a “um esquema rigoroso”. E “sobre este rigor assenta a idéia de uma ordem no mundo”.