Menino Mau
Chove. Os prados, os campos, os telhados, ruas, tudo enfim, banha-se de uma só vez no banho universal da criação.
Os trovões sucedem-se e parecem rebolar na serra como um Titã colossal, assustadoramente, num rimbobar alucinante e satânico.
O sol deve estar no zênite, pois os ponteiros se cruzam sobre as doze. Mas quem o vê? Ninguém. Só a chuva, fustigante, torrencial, desce das nuvens plúmbeas e compactas que escondem tristemente o azul do céu.