Contos

Menino Mau

Chove. Os prados, os campos, os telhados, ruas, tudo enfim, banha-se de uma só vez no banho universal da criação.

Os trovões sucedem-se e parecem rebolar na serra como um Titã colossal, assustadoramente, num rimbobar alucinante e satânico. 

O sol deve estar no zênite, pois os ponteiros se cruzam sobre as doze. Mas quem o vê? Ninguém. Só a chuva, fustigante, torrencial, desce das nuvens plúmbeas e compactas que escondem tristemente o azul do céu.

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Fantasmas...

Era um trabalhador. Caíssem em chuva todas as nuvens do céu, ou queimasse o sol as flores dos vergeis, nada o afastava da rotina impassível do seu viver. À noite, voltava suado, mas alegre: cansado, mas satisfeito. A esposa esperava-o sempre com o café coado de fresco, morno, cheiroso, entrando pelas narinas, gostosamente...

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